quinta-feira, 9 de abril de 2009

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O rio de palavras que dantes corria dentro de mim, secou. Deixo as folhas dos cadernos em branco, olho para as linhas e vejo-as como as dos monitores dos aparelhos de hospital que deixam de registar o bater do coração. O som do fim no ouvido. É uma espécie de som semelhante a esse que oiço quando me sento a (tentar) escrever-te. Não há muito que te possa dizer que tu já não saibas, mas acho que se não to deixo registado, tu o esqueças, e consequentemente me esqueças a mim. Tu não tens com que preocupar-te. Estás marcada a ferros na minha pele e no meu sangue, no meu dia-a-dia, na minha memória, e apareces no placard por onde passo todos os dias e que diz que "o azul é fantástico". É sim senhora, digo eu, que já senti o teu toque e o teu beijo, e não há nada terreno que se possa comparar a isso. Sorrio para o placard...e aparece na minha mente a tua imagem. Tens o cabelo solto e sorris-me. Retribuo-te e dou-te um beijo. Passo a minha mão pelo teu rosto, e sussurro um "espero que estejas bem" e alguém há-de fazer cumprir a minha prece. Digo isto todos os dias que lá passo. E todos os dias sei que vou chegar a casa e tu não estás lá. Devias ser ominipresente. Pensa nisso (seriamente)...
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Parece que trouxeste a água da chuva contigo. Em gotas muito pequeninas é certo, mas uma ajuda preciosa para o meu monólogo :)


E tenho sempre saudades daquilo que não vejo, tenho saudades tuas princesa...
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