quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

.
.
.
Tive um professora no 10º ano que tinha a fabulosa ideia, diga-se, de todas as 2ªs feiras às 8:30 da manhã nos presentear com uma hora de "escrita criativa" como lhe chamava. Eu chamava-lhe o pesadelo contínuo. Podíamos escrever sobre o que quisessemos, em prosa ou em verso, e no fim os textos eram-lhe todos entregues sem assinatura que denunciasse quem os tinha escrito. Depois tornavam a ser distribuídos à sorte para serem lidos em voz alta. No fim, caso o autor quisesse poderia dizer que o texto lhe pertencia.

A mim calhou-me um poema de nome "o dia amanheceu cizento" e reconheci imediatamente a letra. Li-o em silêncio a primeira vez, e sabia que o texto seria o vencedor, logo, na semana seguinte, a Sara ia livrar-se da fantástica hora de "escrita criativa". Chegou a minha vez de ler em voz alta, coisa que eu detestava ainda mais do que "criar" alguma coisa às 8:30 da manhã. Quando terminei a leitura a sala ficou em silêncio até que a professora o interrompeu e disse:


- O que leste foi sentido...


Ao que eu respondi, num impulso que não consegui conter:


- Não, senti a pessoa que o escreveu...


A Sara era a gótica da turma, fria como o aço e qualquer palavra que proferisse cortava como facas. Não tinha amigos, pelo menos na escola, e por isso andava sempre sozinha, ou a escrever sentada numa cadeira perto do bar. Eu achava-a antipática e arrogante, ela própria fazia questão de construir barreiras que a impediam de ter, ao menos, alguém com quem partilhar os intervalos.
Pedi-lhe para ficar com o texto, ao que ela acedeu, hoje tenho-o num dos meus cadernos. Perguntei-lhe se me queria explicar o porquê dele, e assim a Sara deixou de passar os intervalos sozinha.

Isto para te dizer que não importa qual seja a imagem que tentas passar cá para fora, seja por gestos, acções ou palavras ásperas. Toda a gente tem dores e cicatrizes iguais ou maiores que as nossas. E em ti, a palavra desilusão é omnisciente, omnipotente, e omnipresente. Tudo sabe, tudo pode, e tudo vê.


Agora estás a pensar:


- Cala-te, não sabes do que falas...

- Sei... sei sim...
.
.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

.
.


Há dias em que as palavras me parecem vazias. Sem significado. Os minutos passam aqui sentada nesta cadeira, com o peito pesado nem sei porquê, onde eccho o meu pequeno caderno de apontamentos que serve de rascunho do que te escrevo. Já bebi 3 cafés e não me apetece comer nada. Hoje tenho a aparência dos que relamente me julgam triste. Da caneta não me sai nada que se possa ler nem sentir. É uma cópia de mim que aqui está, um reflexo, uma sombra.

As pessoas passam com os seus problemas e inquietações e eu não quero saber delas. Não tenho tempo nem mãos suficientes para dar. Para ti, para as miúdas, e para que me quer bem. Sinto-me cansada, quero parar um pouco e descansar. Sair com alguém, ir ao cinema, ou comer um gelado, coisas que não faço pelo menos há 2 meses. Preciso de tempo fora da minha concha, deixar entrar alguém. Em vez de ser a salvadora, ter alguém que me salve.

Continuo com tal peso no peito. Uma sensação de tristeza acumulada. É tua? Minha não é que a conheço bem, e ultimamente ninguém tem a capacidade de me magoar. As pessoas entram e saiem, raramente permanecem porque eu não quero, nem deixo. Apenas conservo as que realmente me importam, e acredita que são muito poucas. Previno-me de decepções que sei serem inevitáveis, coisas que tenho a certeza que irão aconteer porque já as vi, e eu não aprecio filmes repetidos. Vantagem ou desvantagem? Vantagem, acho. Poupa-se tempo com coisas ou pessoas inúteis.

Tu nunca serás um decepção porque sei exactamente com o que conto, especificaste muito bem as coisas desde o primeiro dia, mas não precisavas fazê-lo porque eu já as sabia de cor. Eu não sou só aquilo que tu vês. E tu também não és só aquilo que eu vejo. Tens muros altos que te rodeiam quase impossíveis de escalar, mas eu ando a aprender a deixar de ter medo das alturas. Já subo escadas e consigo permanecer numa varanda alta, coisas que dantes me eram impossíveis de fazer. Como vês ensinas-me alguma coisa. A não ter medo.

Quando conseguir subir os muros, sei que ainda tenho pela frente um portão fechado a cadeado, e códigos por decifrar sob perigo de explosão. Mas isso é outra história, e a minha hora de almoço já acabou.


Omeu beijo parati, Azul

.
.
.
.
Estás triste porque morreu uma borboleta no teu jardim.
A beleza da borboleta é efémera, depois da transformação, só sobrevive por 7 dias. Nada dura para sempre. Outras borboletas virão. E há-des plantar novamente o teu jardim de violetas...

Admirar uma borboleta é fácil, difícil é encontrar a mesma beleza numa lagarta.

.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

.
.

.
As desilusões são espaços a negro, que preenchem os outros mais ou menos coloridos que fazem parte da nossa vida. Decerto já aprendeste a viver com eles, como eu. Sabes perfeitamente que estamos todos sujeitos a isto, a perder, e pedir demais, a voar demasiado e cair de muito alto. Não devíamos esperar nada, porque não vale a pena. O tempo passa, julgas que aprendes, e no fim voltas a cair no mesmo. Como se fosse um ciclo vicioso. Uma droga da qual não te consegues libertar.
.
O que não te mata torna-te mais forte, mas não te transformes em gelo por causa disso. É demasiado desconfortável e eu dou-me mal com ele. Não me interessa o que aconteceu, mas vejo os teus olhos tristes e o peso no peito. Provavelmente não queres falar sobre isso e eu aceito, e entendo. É mais fácil não falar daquilo que nos magoa, precisamente porque nos magoa menos. Tu não queres falar e eu não vou fazer perguntas. Prometo.
.
Em vez do meu beijo, recebe o meu abraço...
.
.
.
.
:)
.
.
.
.
Dás-me?
please,please,please...
.
P.S. - Na impossibildade de poder apenas ver-te nos próximos dias, sabe que em determinadas alturas, a tua ausência não chega a magoar-me, porque mesmo tu não querendo, acompanhas-me sempre. És a parte de mim que não me pertence.
Vou esperar que abras de novo as portas do teu mundo... quando quiseres. Diverte-te...
.
O meu beijo para ti, Azul
.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

.
.

Tudo, por um sorriso teu...
.
.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

.
.

Dizes que eu me prendo muito ao passado. Não é verdade. O facto de me lembrar de certas coisas não implica que esteja presa a elas.

Tu dizes que vives o agora, mas os teus olhos não deixam de ser menos tristes por isso. O passado também te marcou, como a toda a gente que sente. Sabes perfeitamente que o passado fez de ti quem és no presente. Não me digas que não.

Talvez o facto de uma das minhas primeiras memórias ser de uma morte, te faça pensar que sou mórbida e melancólica. Não sou. Vejo a morte como um recomeço e não um fim. A presença física não me é imprescindível. As pessoas ficam cá dentro e enquanto a memória mo permitir, vou lembrá-las pelo que me fizeram sentir e pelo que me ensinaram. Sinto e vejo coisas que tu nunca há-des compreender, às vezes nem eu as entendo. Mas não perco tempo a tentar saber o porquê, aprendi a viver com elas.

Não vejo o que queres aprender comigo. Não tenho nada para te ensinar nem oferecer. Apenas palavras que não te dizem nada, e que pertencem ao meu lado novo que tu me ensinaste a ter.
.
.
.

.
Quem me indicou este desafio foi a.menina do blog http://ameninadeninguem.blogspot.com/

Estas são as regras…

1- Colocar o link de quem te indicou para o meme-selo;
2- Escrever essas 5 regras antes de seu meme para deixar a brincadeira mais clara;
3- Contar seis factos aleatórios sobre você (essa é a proposta da brincadeira)
4- Indicar seis blogueiros para continuar a brincadeira;
5- Avisar esses blogueiros que eles foram indicados.

Seis factos aleatórios sobre mim:

1º- Gosto mais de ouvir do que falar;
2º- Leio tudo o que me aparece à frente;
3º- Sou antipática, segundo dizem;
4º- Tenho o vício de roer as unhas ;
5º- Quero adoptar uma criança;
6º- O silêncio é a minha melhor companhia;

Passo este desafio aos seguintes blogs:

http://pensamentoseexperiencias.blogspot.com/
http://wordsinzen.blogspot.com/
http://ilovemyattitudeproblem2.blogspot.com/
http://www.umcopoeumcastelo.blogspot.com/
http://danca-dos-erros.blogspot.com/
http://meninadosolhosdeagua.blogspot.com/
.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

.
.
.
Gosto do cheiro da água na terra molhada,

de relva cortada,

de coentros e hortelã,

de canela e pimenta,

de lençóis lavados,

de maresia e iodo,

de laranjas e maracujás,

de bébés e sabonetes,

de rosas brancas,

de areia molhada,

de fins de tarde.

.

Mas gosto sobretudo do teu cheiro a sono, quando acordavas comigo ao domingo de manhã.
.
.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

.
.

.
Ando de luto por uns beijos que trago e não se dão, e que morrem de frio longe da tua boca; queres luto mais triste?
.
.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

.
.

.
A Margarida manda dizer que te ama.
Recado entregue.
.
.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

.
.
Verdade Segunda
.
As tuas palavras sem som, são capazes de apagar até a luz das estrelas.
.
E na ausência de vontade (ou incapacidade?) de escrever alguma coisa para ti hoje, apenas te peço para dares um salto ao http://shiuuuu.blogspot.com/ amanhã. Mais uma das " minhas cenas " que lá te deixei. Não te escrevo hoje, porque me sinto manchada pelas palavras que li, sinto-me suja de lama até ao mais fundo de mim.
.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

.
.

.
Verdade Primeira

Além de ter sérios problemas auditivos, o teu coração também é afónico.
.
.
.

.
Que cara é essa? Perguntaste tu. Eu respondi-te que era a minha, porque só tenho esta. Mas o que te queria dizer era que sou a hipérbole do ciúme. Deixa-me lamber a dor e sarar as feridas. Deixa-me em silêncio. Preciso fazer um desenho ou já entendeste?
.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

.
.
.
E pronto, cá estou eu de novo. Aqui, agora, a pensar em ti, ou em nós. Naquilo que não posso sentir.
Não te mostro o fogo que me arde por dentro, a ansiedade de te ver, o tempo da espera que nunca mais acaba. Não te mostro o que sou, e não sei porquê. Ou sei, mas não quero que tu saibas. Sinto-me minúscula ao pé de ti, abstenho-me do meu sentir e do meu querer, mas começo a não ter forças para tanto. Saio de pé de ti e só tenho vontade de chorar, mas não consigo. Tu não tens culpa. A culpada aqui sou eu. Só arranjo lenha para me queimar, saí de uma para me meter noutra.

É difícil não te querer, senão impossível. Eu juro que tento, mas não dá. Não dá mais para fugir daquilo que tentei esconder numa gaveta bem funda durante anos, e o pior é que sei que vou ficar na merda outra vez, mas isso agora não interessa, quando chegar a altura penso nisso. Neste momento, és aquilo que tenho de mais parecido com uma melhor amiga, e já não sei o que é isso há muitos anos. Sinto-me bem contigo. Não és transparente aos meus olhos. És-me tão especial miúda...
.
.
.
.
.
.
Começo a esquecer-me do sabor do teu beijo,

do teu toque suave,

das tuas mão pequeninas de dedos finos na minha pele,

do meu coração a bater descompassado,

das minhas mãos no teu cabelo,

dos teus olhos fixos nos meus,

tu na minha cama a dormir,

e eu a querer-te.

Começo a esquecer-me das noites de verão debaixo de um céu de estrelas,

tu no banco de trás do carro,

o teu braço à minha volta,

ver-te de longe a escrever na areia,

as mãos dadas no escuro.
.
Começo a esquecer-me de tudo isto,
.
mas é impossível apagar-te de mim.
.
.
Sê boa menina e aviva-me a memória...
.
.
É impressionante como para ti, as minhas palavras não secam. Saiem da minha caneta como a velocidade da água numa cascata.
.
.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

.
.
.
"Não te procurei, não te pedi, vieste." se isso não é sorte, então alguém joga às escondidas com o meu destino. E eu deixo. Porque por mais que me faças ver as coisas como elas são, (e concordo plenamente contigo) o sentimento é mais forte que eu, e por mais que tente não consigo fazer com que isto desapareça. Mas respeito-te e entendo os teus silêncios intercalados de palavras.
.
Vieste, e estás cá há 8 meses ininterruptos, a fazer o melhor que podes ao meu coração. Vieste, e eu nunca mais fui a mesma. Deixei de ser o bloco de gelo que era na tua ausência, para me tornar nesta massa mole e disforme, que pensa mais com o coração que com a cabeça.

.

Mas o que realmente importa é o Tempo. Esse senhor com asas pequeninas que te roubou de mim, mas arrependeu-se do que fez e trouxe-te de volta. O que importa é o Tempo que passo contigo, o Tempo em que posso ver-te. Sorte ou destino? Não sei. Gosto de pensar que fui recompensada pelo amor que te tive, tenho e terei. Porque como o Tempo, o meu Amor é eterno.
.
.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

.
.

.

Menina pequenina,

Anjo azul

Rainha do meu silêncio, do meu tempo e do meu mundo

Castelo dos meus desejos, quereres e sentires,

Início, meio e fim dos meus sonhos adiados para além da eternidade:

Amo-te, já te disse?

.
------------------------------------------
Tenho o desejo secreto que me dediques um golo, apesar de saber que teria de esperar o resto da vida até chegar a minha vez. De qualquer forma, quando leres isto já não terá importância, porque o momento já passou. Mas aqui fica o registo.
.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

.
.
Não me quero sentir deslocada no meio de gente que não conheço. Não me identifico com ninguém. Eu só queria estar contigo. Mas tu não entendes, e não vale a pena explicar-te. Deixa-me sozinha no meu canto, no meu silêncio. Não quero ninguém entre ti e mim, já é difícil ter-mos uma conversa quando estamos só as duas, quanto mais com gente no meio. Não quero que leves a mal o que escrevo nesta carta, mas o mundo em que vives não me pertence, eu gosto muito mais da minha solidão anónima, onde passo e ninguém me vê nem ouve. Eu é que escolho quem entra dentro do meu espaço, do meu círculo. Deixei-te entrar só a ti. Chega! Não quero mais ninguém. Se soubesses o quanto queria um abraço teu... precisava de chorar contigo.
.
Merda de vida...
.
P.S.- Procura-me nas bancadas amanhã
.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

.
.
.
Eu já não consigo ler os teus olhos. Podes olhar-me de frente.
.
.
.
Não acho que sejas má pessoa. O que não quer dizer que te considere angelical e inocente. Nada disso. No fundo tens um coração que mesmo não querendo sente e sofre, com todos nós. E que se defende o mais que pode para não se magoar ainda mais. Tu és tu, exactamente como eu quero que sejas. Como tu dizes és de extremos, mas considero-te boa pessoa, a sério. E para completar, és diabolicamente bonita.
.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

.
.
Dói-me que não me queiras. Não o digo em voz alta porque tenho o corpo cansado da tua ausência, e dos meus olhos correm rios de saudade. Se o digo desmorono, e passo a ser pó. Dói-me que não me queiras. Apenas isto. E é tanto...
.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

.
.
.
Tens feito com que os dias pareçam mais pequenos. Há sorrisos, e o azul voltou à minha vida. E faltam apenas 2 dias para estarmos juntas. 90 minutos no meio de uma multidão ensurdecedora, mas não precisamos falar. Porque nós nos entendemos com palavras sem som.
.
E eu consigo fazer o prodígio de dizer amo-te em silêncio. Olha bem fundo nos meus olhos.
.