sábado, 7 de março de 2009

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O que mais me custa na vida é tentar fazer com que ela passe e fingir em cada segundo que tu não existes. Além da dor que esse fingimento me traz, há o saber exacto de como é o toque da tua pele e o sabor do teu beijo. Fingir dói.

As miúdas estiveram comigo hoje, e a minha princesa mais pequena, agarrada a um livro do teu autor favorito, sem mais nem porquê pergunta-me se és minha amiga. Ajoelhei-me à altura dela, e perguntei-lhe porque se tinha lembrado de ti, e respondeu-me com a sua vozinha doce exactamente assim:

- Por duas coisas tia: Porque me lembrei dela de repente, e depois porque já não a vejo há muito tempo...
Fico calada por uns instantes, sem saber o que dizer. Ela põe as duas mãozinhas pequeninas a segurar a minha face e dispara um "tenho saudades dela". Respondo-lhe que eu também tenho e
levanto-me para que ela não me veja chorar.
Tu persegues-me. Apareces quando menos espero, e não consigo entender porque motivo marcaste tanto esta miúda se só esteve contigo umas duas vezes e por muito pouco tempo. Tem uma boneca a quem deu o teu nome, pede constantemente para te ver, e hoje só descansou quando lhe prometi que a levo a ver-te jogar, talvez no próximo fim-de-semana. Um "obrigada tia" acompanhado de pulos de contentamento, finalizou a conversa.
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Hoje é dia 7. O teu número. Às vezes penso que não há mesmo coincidências. Estou destinada a viver com o teu fantasma, à falta do teu corpo.
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